.
Um futuro com ‘farmácias’ de células estaminais
Dentro de 20 anos, ‘farmácias’ de células estaminais que disponibilizem terapias de tecidos poderão vir a ser tão comuns como as farmácias normais, de acordo com um cientista de topo. O Professor David Warburton, um dos peritos líder mundial em células estaminais e medicina regenerativa, afirmou que a era da tecnologia de células estaminais está agora apenas a começar.
Num discurso no início de um grande encontro sobre células estaminais em Nottingham (Reino Unido), afirmou: “Dentro de cerca de 20 anos, teremos bancos de células estaminais tal como temos agora farmácias com fármacos. Teremos um diagnóstico para um determinado problema e obteremos células estaminais para tratar esse problema.”

Um estudo revela que o sangue do cordão umbilical é uma opção viável para adultos com leucemia
Investigadores noticiaram, num estudo que pode vir a mudar a prática médica, que doentes de leucemia adultos que não conseguem encontrar um dador compatível para células estaminais do sangue periférico ou da medula óssea necessárias para o seu tratamento podem sobreviver o mesmo tempo se receberem sangue do cordão umbilical. Os doentes que receberam transplantes de sangue do cordão umbilical revelaram sobrevivências sem doença semelhantes às obtidas utilizando células provenientes de uma medula óssea de um dador não relacionado, de acordo com a investigação noticiada na publicação Lancet Oncology. Entre os doentes cuja doença estava em remissão na altura em que receberam os seus transplantes, 40 a 55 porcento estavam vivos e sem leucemia ao fim de dois anos, independentemente da origem do transplante, reportou o estudo. Embora o sangue do cordão umbilical de bancos públicos seja já utilizado em crianças com leucemia, os estudos até agora mostravam resultados discordantes para adultos. Estas descobertas apoiam a utilização de transplantes de sangue do cordão umbilical em adultos quando não existe um dador compatível e quando há necessidade de um transplante urgente, afirma o estudo.
As células estaminais são a arma mais recente contra a asma

As células estaminais são uma grande esperança para o tratamento de muitas patologias, pois têm a capacidade de crescer e transformar-se em muitos tipos diferentes de células, tendo também um efeito curativo quando aplicadas em algumas áreas danificadas do corpo. Os investigadores acreditam que as células estaminais da medula óssea conseguem reduzir a inflamação das vias aéreas, que é a resposta normal do sistema imunitário aos casos graves de asma. Estas células estaminais em particular já são utilizadas para suprimir a resposta inflamatória após os transplantes de medula óssea em humanos. Assim, a Dra. Eva Mezey, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) em Maryland (E.U.A.), e os seus colegas injectaram os ratinhos asmáticos com aquelas células e descobriram que elas faziam desaparecer os sintomas. A asma afecta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo e embora as mortes causadas pela asma sejam pouco frequentes, estão a aumentar.
Cientistas utilizam com sucesso sangue do cordão umbilical expandido para tratar leucemia
Foi dado recentemente mais um passo para superar uma dificuldade técnica que vai permitir tornar os transplantes de sangue do cordão umbilical num método amplamente utilizado para o tratamento de leucemia e outros cancros do sangue. Num estudo publicado na revista Nature Medicine, a Dra. Colleen Delaney e colegas descreveram a primeira utilização de um método para expandir em grandes quantidades o número de células estaminais progenitoras de uma unidade de sangue do cordão umbilical (SCU) em laboratório, que foram então utilizadas par infundir em pacientes, o que resultou num enxerto rápido e bem sucedido. O número relativamente reduzido de células estaminais em unidades de SCU (cerca de um décimo do número recebido por um paciente num transplante convencional) tem sido uma razão para que os transplantes de SCU levem mais tempo a enxertar do que transplantes normais de dadores de medula óssea. Quanto mais tempo levar o enxerto, maior será o risco que pacientes imunocomprometidos adquiram infecções potencialmente perigosas, pois não têm praticamente nenhuns glóbulos brancos para as combater. Apesar da desvantagem dos números, o SCU é uma fonte promissora de células estaminais para substituir sangue doente e sistemas imunitários em transplantes de células estaminais uma vez que as células dadas não necessitam de ser completamente compatíveis com o paciente. A falta compatibilidade é a razão de cerca de 30% do total de pacientes que necessitam de um transplante para o tratamento de cancros como a leucemia não encontrarem um dador. Em pacientes de minorias étnicas o número daqueles que não encontram dador compatível eleva-se a cerca de 95%.
Cura de talassemia com recurso a células estaminais do sangue do cordão umbilical
A talassemia surge quando a produção de glóbulos vermelhos é defeituosa. Uma pessoa sofre da doença apenas quando herda um gene defeituoso de ambos os pais. Se herdar apenas de um deles, torna-se portadora da doença. Uma pessoa com a doença tem de receber transfusões sanguíneas mensalmente durante toda a sua vida.
Thamirabharuni, de oito anos, e o seu irmão de um ano Pugazhendhi, partilham uma ligação especial que não se vê normalmente entre parentes. Graças ao seu irmão, a Thamirabharuni já não sofre de talassemia. As células estaminais transplantadas em Março ajudaram-na a livrarse da doença. Cem dias após o procedimento, pode afirmar-se com segurança que ela ficou curada da sua doença. As células estaminais que foram transplantadas vieram de duas origens distintas: o sangue do cordão umbilical (SCU) do irmão, que foi colhido na altura do seu nascimento, e da medula óssea dele. Tiveram de se transplantar células da medula óssea porque o SCU de Pugazhendhi não tinha um número suficiente de células. Se não tivessem células estaminais do SCU, teriam necessitado de cerca de 200ml de medula óssea. É difícil obter esta quantidade de medula óssea a partir de um bebé de nove meses. As células do SCU estavam armazenadas num banco privado.
O sangue do cordão umbilical de um bebé espanhol permite curar o seu irmão
Andrés é o irmão mais velho de Javier Mariscal, o primeiro bebé a nascer em Espanha livre de uma doença hereditária presente na sua família e geneticamente compatível com o seu irmão doente. Andrés sofria de uma anemia congénita severa (talassemia beta major) e os seus pais decidiram ter um segundo filho geneticamente seleccionado de modo a não ter a doença e ser compatível com o seu irmão para que o transplante fosse possível. Assim que Javier nasceu, foi recolhido o sangue do cordão umbilical, que foi então transplantado para o seu irmão e lhe permitiu agora superar com sucesso a sua anemia. Num comunicado de imprensa, a conselheira de saúde andaluza Maria Jesus Montero revelou-se visivelmente orgulhosa por representar os serviços de saúde andaluzes “por serem capazes de dar resposta a este tipo de problemas” e sublinhou o facto de que se trata “da primeira vez que se descreve no mundo” um transplante completo para uma talassemia beta major.
Sem comentários:
Enviar um comentário